quinta-feira, 18 de junho de 2009

POESIA DE ANTERO DE QUENTAL

Terra de exílio! Aqui também as flores
Têm perfume e matiz; também vicejam
Rosas no prado, e pelo prado adejam
Zéfiros brandos suspirando amores:

Também cá tem a terra seus primores;
Pelos vales as fontes rumorejam;
Tem as moitas seus sopros, que bafejam,
E o céu tem sua luz e seus ardores.

Em toda a natureza há ardor e cantos,
Em toda a natureza Deus se encerra...
E contudo esta é a causa dos meus prantos!

Eu sou bem como a flor que não descerra
Em clima alheio. Que importa teus encantos?
Não és, terra de exílio, a minha terra.

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