terça-feira, 29 de setembro de 2009
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
domingo, 27 de setembro de 2009
L´ETÉ AU PORTUGAL- JORGE DE SENA
Que esperar daqui? O que esta gente
não espera porque espera sem esperar?
O que só vida e morte
informes consentidas
em todos se devora e lhes devora as vidas?
O que quais de baratas e a baratas
é o pó de raiva com que se envenenam?
Emigram-se uns para as Europas
e voltam como se eram só mais ricos.
Outros se ficam envergando as opas
de lágrimas de gozo e sarapicos.
Nas serras nuas, nos baldios campos,
nas artes e mesteres que se esvaziam,
resta um relento de lampeiros lampos
espenejando as caudas com que se ataviam.
Que Portugal se espera em Portugal?
Que gente ainda há-de erguer-se desta gente?
Pagam-se impérios como o bem e o mal
-mas com que há-de pagar-se quem se agacha e mente?
Chatins engravatados, pelenguentas fúfias
passam de trombas de automóvel caro.
Soldados, prostitutas, tanto rapaz sem braços
ou sem pernas- e como cães sem faro
os pilhas poetas se versejam trúfias.
Velhos e novos, moribundos mortos,
se arrastam todos para o nada nulo.
Uns cantam, outros choram, mas tão tortos
que a mesquinhez tresanda ao mais singelo pulo.
Chicote? Bomba? Creolina? A liberdade?
É tarde, e estão contestes de tristeza,
sentados em seu mijo, alimentados
dos ossos e do sangue de quem não se vende.
(Na tarde que anoitece o entardecer nos prende).
Lisboa, Agosto 1971
in Versos e Alguma Prosa De
JORGE DE SENA
ELEIÇÕES!!!
terça-feira, 22 de setembro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
terça-feira, 15 de setembro de 2009
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
FELICIDADE
A felicidade sentava-se todos os dias no peitoril da janela.
Tinha feições de menino inconsolável.
Um menino impúbere
ainda sem amor para ninguém,
gostando apenas de demorar as mãos
ou de roçar lentamente o cabelo pelas faces humanas.
E, como menino que era
achava um grande mistério no seu próprio nome.
Jorge de Sena
Tinha feições de menino inconsolável.
Um menino impúbere
ainda sem amor para ninguém,
gostando apenas de demorar as mãos
ou de roçar lentamente o cabelo pelas faces humanas.
E, como menino que era
achava um grande mistério no seu próprio nome.
Jorge de Sena
sábado, 12 de setembro de 2009
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
PADRE ANTÓNIO VIEIRA
"Nós somos o que fazemos. O que não se faz não existe. Portanto, só existimos nos dias em que fazemos. Nos dias em que não fazemos, apenas duramos."
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Subscrever:
Mensagens (Atom)