sexta-feira, 10 de julho de 2009

O QUE É A BELEZA- ROGER SCRUTON

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Dos prados às pessoas, de Safo ao canto das aves, a beleza tem seduzido e confundido a humanidade. Platão viu a beleza como o objecto do desejo e uma porta de entrada do transcendental. S. Tomás de Aquino viu-a como um atributo do Ser e uma dádiva de Deus.

Mas a beleza também pode ser perigosa, como a Carmem, perturbante, como a do David de Miguel Ângelo, ou até imoral, como a da música de Strauss quando Salomé beija a boca inerte de João Baptista.

O que queremos dizer exactamente por «beleza» e que lugar deverá ela ocupar nas nossas vidas? Roger Scruton alega que a beleza tem tanta importância quanto a que Platão lhe atribuia e que ela não deve ser vista como um mero sentimento subjectivo daquele que a contempla.

Pelo contrário, a beleza é fundamental para uma vida bem vivida e o mundo não seria um lugar aprazível sem o interesse generalizado que ela desperta.

A beleza pode ser consoladora, perturbadora, sagrada ou profana; pode revigorar, atrair, inspirar ou arrepiar. Pode afectar-nos de inúmeras maneiras. Todavia, nunca a olhamos com indiferença: a beleza exige visibilidade. Se há pessoas indiferentes à beleza é porque são, certamente, incapazes de percebê-la.

No entanto, os juízos de beleza dizem respeito a questões de gosto e este pode não ter um fundamento racional. Mas, se for o caso, como explicar o lugar de relevo que a beleza ocupa nas nossas vidas e porque lamentamos o facto- se disso se trata- de a beleza estar a desaparecer do nosso mundo?"

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